Em 1958 estreou nos cinemas o filme de Nicholas Ray "Wind Across the Everglades". Ontem, 18 de Maio de 2010, fui vê-lo à Cinemateca, no âmbito do ciclo de cinema da Gulbenkian.
É curioso o quão actual continua a ser a ganância humana. Há quase meio século, matavam-se bandos de centenas de aves, em plena época de nidificação, em nome do lucro conseguido pela venda das penas. Para enfeitar chapéus e outros trejeitos da moda. Isto anos antes da obra de Rachel Carson, "Silent Spring" (1962), que marcou o início da tomada de consciência da crise ambiental internacional, tal como hoje a conhecemos.
Já deixámos de usar penas (mais ou menos), mas usamos produtos que, muitas vezes, nem sonhamos serem fabricados a partir de animais e plantas.
Autores como Colin Beavan ("No Impact Man") ensinaram-me a importância de prestar atenção às consequências das nossas acções no quotidiano. E essas vozes, críticas e incómodas, já se faziam ouvir nos idos anos 50. Como a Audubon Society nos Everglades (EUA). Essas vozes dão força àqueles que ainda hoje lutam, por vezes sozinhos, pela conservação de plantas e animais nos quatro cantos do planeta.
Que estes exemplos nos sirvam de inspiração sempre que precisarmos deles. Porque vamos precisar, de certeza.
Quinta do Sargaçal 2003-2020
Há 4 anos
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