quarta-feira, 11 de agosto de 2010

"A era dos extremos"

Se a meteorologia que rege os nossos dias fosse um livro, teria o título do livro de Eric Hobsbawm, de 1994: "A Era dos Extremos".
Será que "precisamos" de catástrofes para sermos abanados da inércia? Tivemos o Katrina em 2005, depois um período recheado dos problemas ambientais tradicionais (queixas chatas para os decisores políticos resolverem, ou não) e depois, este ano, parece que tudo chegou aos tropeções. Mesmo após o desaire que foi a cimeira climática de Dezembro. À semelhança de um castigo por mau comportamento.
Como não sou uma céptica climática, acredito que, para proteger o clima, precisamos deste estímulo negativo: maré negra no Golfo do México, deslizamentos de terras devido às chuvas fortes na China, Europa Central, as monções anormalmente rigorosas no Paquistão e a onda de calor e os incêndios na Rússia. Surpreende a intensidade dos fenómenos mas também a sua simultaneidade.
Em Portugal, parece que funcionamos melhor com os estímulos positivos que nos chegam em forma de financiamentos europeus para o Ambiente. Porque os nossos "fenómenos extremos" ainda não chegam para nos convencer. Deve haver quem esteja pior...
Provavelmente, o conceito de "ambientalismo" já não é suficiente para abarcar este desafio à cultura humana e teremos de inventar outro que nos conduza ao paradigma da sustentabilidade.

Sem comentários: